20240509

PELOS QUINTANARES DA VIDA

Yeda Rorato Crusius

Foi reaberta em 15 de agosto a Casa de Cultura Mário Quintana, aqui no Centro Histórico de Porto Alegre. É o prédio onde morou o poeta Mário Quintana (Figura 1) que, assim como todo o centro da cidade, ainda está em reforma depois das catastróficas enchentes de maio de 2024.

Figura 1: Mário Quintana

Figura 2: Casa de Cultura

Lembrei dos meus tempos de Caldas Júnior, Correio do Povo e Rádio Guaíba, até hoje em prédios históricos do Centro. Ali escrevia nos anos 1980 meus artigos com 20 linhas para o jornal e fazia o comentário diário A Mulher na Economia na rádio. Guardo com carinho as vezes em que desci naquele elevador histórico com Quintana para pedir no balcão da lanchonete vizinha, um pastel, uma média com pão e manteiga, um sonho. Doce lembrança é o papo suave do poeta, seu sorriso manso. Depois eu seguia pela Rua da Praia até a Faculdade de Economia. nos conturbadíssimos tempos da hiperinflaçao, dos choques econômicos, das corridas bancárias, das filas nos postos de gasolina. Pensando em fazer poesia.

Economia e política. 

Política ou economia.
Economia política...
Política econômica...
Não importa. Importa é vivê-las. 

 Yeda Rorato Crusius

 

Se as coisas são inatingíveis...ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas!

            Mário Quintana

 

Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...

Cantares? Não! Quintanares!

                  Manoel Bandeira

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