A PRAÇA, A TORRE, E A DEMOCRACIA (I)

Porto Alegre, 26 de setembro de 2024

 


                         Figura 1                       Figura 2                     Figura 3

Saúdo a publicação de mais um livro de Augusto de Franco,  Como as Democracias Nascem tratando de democracia e sua relação com as redes sociais, temas sobre os quais é especialista. Foi através do chamamento pelas redes sociais que multidões acorreram às praças e derrubaram ditaduras na Primavera Árabe, iniciada em 2011. Estive em alguns desses eventos em praças no exterior, quando cobri eleições na Europa como observadora do PSDB durante a década de 2010.

Em 2011, no dia 15 de maio , cheguei na Praça do Sol de Madri.  Um movimento totalmente inusitado tomava conta da praça central. Foi chamado de M15 pela data, aquele em que chegamos. Jovens tomavam a praça por barracas em plena campanha eleitoral para os parlamentos. Toda a imprensa presente, muitas faixas, organização, rodas de conversa, palestras ao ar lvre, regras. Tudo em campo aberto: as praças. O movimento foi se reproduzindo na Espanha, chamado através das redes sociais como o FaceBook. Outras praças foram sendo tomadas em muitos países da África, Europa, Américas, Ásia. A comunicação em rede mostrou toda a sua potência ao promover radicais mudanças políticas em todos eles.

Hoje, acordei de madrugada de 2024 com mais um temporal que sacode Porto Alegre, com a imagem na cabeça da capa de outro livro: A Praça e a Torre, de Naill Ferguson, especialista como Augusto em redes e política. A imagem fluía entre outras, naquela dança frenética com que o cérebro nos brinda no início de cada despertar e que, trazidas pelas notícias do dia anterior, foram se ligando a memórias armazenas estimuladas pelos sonhos, como conta Sidarta Ribeiro  no seu O Oráculo da Noite (2019)

Corri a registrar neste blog, que reativei desde a censura do X. Permanece a censura - e estamos em plena campanha eleitoral municipal. Com liberdade se planta o futuro, com a censura ele é sombrio. Foi nas praças de 2011 o grito de liberdade dos jovens usuários das redes sociais, novo campo para seu exercício. Irritou os donos do poder, que reagiram voltando à censura, como a do X no Brasil.

 Se na década dos 2010 foram as manifestações da praça derrubando ditaduras, nos anos 2020 são os summits, as weeks, chamando pequenas multidões para quem a inovação interessa. Em vários palcos simultâneos palestram alguns,  interagem outros, criando o ambiente do futuro através da interação entre empresas, grupos financeiros, cientistas, técnicos, curiosos, universidades, jovens e velhos, estudantes todos, governos, artistas, imprensa, enfim, tudo o que move o mundo e contrata o futuro. Todos com celular na mão. 

Totens carregadores são fundamentais no espaço dos summits, e não apenas para registar fotos e vídeos, e sim para a comunicação pela qual toos podem participar de um mundo que, disponível graças aos data centers da vida, cabendo na palma da mão. Informação instantânea, autoria livre. Assim se move hoje a humanidade. Em todos os debates o binômio Inteligência Artificial e Sustentabilidade prevalece. É nesse binômio que se assenta o principal interesse para todos que, respeitando o passado, e com ele aprendendo, encaram o futuro jogando as sementes do que há de mais moderno em tecnologia no mundo de hoje. 

A publicação de livros, em franco crescimento, é um indicador antecedente de que futuro estamos plantando. Indicador de que futuro? Segue o fio.

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